Composição e distribuição da avifauna no aeroporto internacional de Salvador, sob o foco do gerenciamento de risco de fauna
Resumo
Áreas favoráveis à alimentação, descanso e nidificação propiciam atração da fauna nos sítios aeroportuários. O risco que a fauna representa neste contexto está diretamente ligado à abundância de animais no perímetro de aeroportos e ao fluxo de aeronaves. O presente estudo objetivou analisar a composição e distribuição da comunidade de aves no Aeroporto Internacional de Salvador (SBSV), buscando assim estabelecer os locais mais representativos em relação ao número de indivíduos avistados nos censos faunísticos, caracterizando as principais espécies de aves envolvidas em incidentes aeronáuticos. O sítio aeroportuário do SBSV possui 6,9 km², onde são encontradas duas pistas utilizadas para pouso e decolagem de aeronaves. Este estudo foi realizado no período de outubro de 2016 a setembro de 2017 nas áreas operacional e patrimonial do SBSV. Foram registradas e identificadas 65 espécies de aves, sendo contabilizados 36.702 indivíduos. A espécie mais frequente e mais abundante foi o urubu-de-cabeça-preta (Coragyps atratus). Essa espécie também apresentou risco muito alto para as operações aeroportuárias, seguida do carcará (Caracara plancus) e do quero-quero (Vanellus chilensis). A maior densidade de indivíduos ocorreu nos quadrantes localizados próximos das cabeceiras das pistas de pouso e decolagem do SBSV (10/28 e 17/35), onde foram observadas áreas naturais que servem como atrativo para a avifauna. Através das colisões reportadas no SBSV entre os anos de 2013 e 2017, calculou-se o índice de colisões a cada 10.000 operações aeroportuárias, no qual foi observado um aumento crescente de registros. A maioria das colisões reportadas não teve a espécie identificada. No entanto a espécie de ave mais reportada em colisões foi o carcará. A maioria das colisões ocorreu na fase de pouso e decolagem. As informações apresentadas fornecem subsídios para fundamentar a tomada de decisões no gerenciamento de risco de fauna, os quais envolvem ações de manejo direto e indireto e ações voltadas à conscientização ambiental da comunidade aeroportuária e do entorno, visando desenvolver na população uma cultura de segurança de voo.
Palavras-chave
Aeródromo. Aves. Aviação. Gerenciamento de risco de fauna.
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ISSN: 2176-7777