ESTUDO PRELIMINAR DA CARGA DE TRABALHO DO PILOTO DURANTE PROCEDIMENTOS DE EMERGÊNCIA EM OPERAÇÕES AÉREAS DE HELICÓPTEROS

Flávio Glêdson Vieira Bezerra, Selma Leal de Oliveira Ribeiro, João Bosco da Cunha Ferreira

Resumo


Operações aéreas militares e de segurança pública em helicópteros são exemplos de atividades que requererem elevado desempenho do operador. Isto porque a atividade se desenrola em cenário operativo com alto potencial de hostilidade natural ou provocada, alta interação com ocorrências em solo, muitos recursos a serem gerenciados, além, é claro, das exigências comuns à atividade aérea. Considerando a natureza dessa atividade, e buscando aproximar-se do que lhe é, muitas vezes, iminente, este trabalho teve o objetivo de investigar como pilotos de helicópteros militares e de segurança pública percebem a carga de trabalho física e mental no momento em que uma condição degradada de funcionamento se instaura na aeronave e eles têm que realizar um pouso seguro. Para isso, a pesquisa de campo foi desenvolvida em ambiente de treinamento de voo real e utilizou como instrumentos subjetivos a NASA-TLX Scale (HART; STAVELAND, 1988), preenchida imediatamente após o término de cada tarefa, e uma entrevista, ao final da coleta, para obter esclarecimentos sobre as tarefas executadas. Os dados preliminares contidos neste artigo se referem à participação de 10(dez) pilotos voluntários, com idade média de 37 anos (DP=3,6) e experiência de 1123,5 horas de voo em média (DP = 633,9), em diferentes tipos de helicópteros. Quatro cenários foram delineados, que consistiram em realizar procedimentos de emergência previstos no manual do helicóptero HB-350 “Esquilo”. As tarefas escolhidas foram: T1 - Aproximação e pouso sem o funcionamento do sistema hidráulico – PSH; T2 - Aproximação e pouso com pane de comando do rotor de cauda (R/C) – PCRC; T3 - Aproximação e pouso com pane de motor (apagamento) - PMp; e, T4 - Aproximação e pouso com pane de acionamento do R/C – PRCp. Os resultados da NASA-TLX foram obtidos a partir da média ponderada dos graus atribuídos a cada uma das subescalas do instrumento. As informações das entrevistas serviram para justificar os resultados da escala. O ponto focal deste artigo repousa sobre a análise dos resultados das subescalas “Exigência Mental” e “Exigência Física”. Os resultados obtidos neste estudo preliminar apontam que a T1 (PSH) foi considerada, na entrevista, como a menos difícil de ser executada e como a de maior demanda física, dado este corroborado pelos da NASA-TLX. Por outro lado, T4 (PRCp), T2 (PCRC) e T3 (PMp) foram as tarefas consideradas de maior exigência mental, em ambos os instrumentos. T2 e T4 também foram consideradas como as mais difíceis de serem executadas. Com relação à T3 e T4, os pilotos justificam que a “pressão de tempo” foi o fator que mais contribuiu para elevação da carga de trabalho. Já quanto à T2 e T4, os pilotos destacam como característica dominante a necessidade de “controle da aeronave” e a necessidade de manter a concentração, monitoramento constante e julgamento das opções para resolução do problema, como algumas das atividades mentais impostas ao piloto. Estudo complementar encontra-se em andamento com o intuito de aprofundar os achados preliminares e identificar estratégias que venham minimizar os efeitos negativos que por ventura forem detectados e que possam afetar a Segurança Operacional.

REFERÊNCIAS:

HART, S. G.; STAVELAND, L. E. Development of NASA-TLX (Task Load Index): results of empirical and theoretical research. In: HANCOCK, P. A.; MESHKATI, N. (Eds) Human mental workload. Amsterdam: Elsevier; 1988.


Palavras-chave


Carga de trabalho; NASA-TLX Scale; Emergência em Helicóptero; Medidas subjetivas; Operações Aéreas de Helicópteros

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ISSN: 2176-7777
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