A AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA E O ACIDENTE AERONÁUTICO: EXISTE UMA RELAÇÃO?

Maria da Conceiçao Pereira Sougey, Ana Patrícia Fagundes Mateus, Cinthia Jaqueline da Silva Cavalcanti

Resumo


Este estudo parte do questionamento dos psicólogos envolvidos no processo de avaliação psicológica para Junta de Saúde e na Investigação dos Fatores Humanos Psicológicos contribuintes para os acidentes aeronáuticos na região Nordeste do Brasil. Existe uma correlação entre os resultados da avaliação psicológica de pilotos e a contribuição psicológica individual nos acidentes aeronáuticos?  Nosso objetivo foi tentar mostrar que sim, existe uma relação! Justifica-se um trabalho como esse, na medida em que buscamos as contribuições que a investigação do fator humano psicológico dos acidentes pode oferecer ao processo de avaliação psicológica e vice-versa. Foram coletados e comparados dados dos resultados dos testes de avaliação psicológica aplicados em pilotos civis e militares, que se submeteram a Junta de Saúde para obtenção e revalidação de Certificado Médico Aeronáutico (CMA) no Hospital de Aeronáutica do Recife com os dados dos fatores contribuintes psicológicos individuais mais observados nas investigações dos acidentes investigados pelo SERIPA 2. O período observado foi de janeiro de 2008 a junho de 2012 e a metodologia utilizada foi a de pesquisa descritiva, com dados quantitativos e qualitativos. A análise quantitativa e qualitativa dos dados comparativos mostrou que: a análise dos fatores humanos contribuintes psicológicos de acidentes aeronáuticos pode contribuir para uma avaliação psicológica mais específica, englobando ou enfatizando dados que não são contemplados atualmente na testagem utilizada; houve um aumento considerável do número de pilotos que requisitaram certificado médico aeronáutico inicial nos anos de 2011 e 2012, como também no número de reavaliações por acidentes ou incidentes graves, indicando aumento de ocorrências na Região Nordeste; a média geral de idade dos pilotos avaliados entre 2008 e 2012 é de aproximadamente 35 anos. Em contrapartida, a média de idade dos pilotos envolvidos em acidentes ou incidentes é de 44 anos; existe uma correlação entre o tempo de experiência do piloto e dados observados nas investigações dos aspectos psicológicos, entre estes, atitudes assumidas pelos pilotos, como descaso de operações e normas e excesso de confiança, sendo os contribuintes com índice mais elevados; Em termos de desempenho nos testes, os pilotos civis apresentam menor qualidade de resultados em relação aos pilotos militares; houve um aumento considerável em alguns fatores contribuintes psicológicos que se tornam relevantes na análise do resultado desse estudo: A percepção/atenção, a memória, e o estresse nos anos de 2010, 2011 e 2012 e; o fator seleção de pessoal aparece como dado a ser mais bem investigado nas análises dos fatores psicológicos contribuinte nos acidentes aeronáuticos. Uma vez que começa a aparecer como fator contribuinte organizacional em acidentes no último ano pesquisado. O estudo concluiu a importância do processo de avaliação psicológica de pilotos como ferramenta de prevenção a acidentes aeronáuticos.  Melhorar o modelo das avaliações através da realização de estudos  pode contribuir para: redefinir as baterias de testes a serem utilizados, considerando estudos baseados nas investigações de acidentes aeronáuticos; integrar as equipes de psicologia que trabalham tanto na área de avaliação psicológica quanto nas investigações de acidentes e incidentes aeronáuticos.

Palavras-chave


Avaliação psicológica; Acidentes Aeronáuticos; Ferramenta de Prevenção.

Texto completo:

RESUMO WORKSHOP


Creative Commons License
A Revista Conexão Sipaer está licenciada na Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Unported License.

ISSN: 2176-7777
Você é o visitante número: 
Locations of visitors to this page