Custo humano, prazer e sofrimento no trabalho: um estudo com aeronautas
Resumo
O presente artigo refere-se a um estudo científico realizado em 2008, que teve por objetivo investigar a relação entre o custo humano no trabalho e a percepção de vivências de prazer e sofrimento das tripulações técnicas e de serviço, tendo como contexto o setor de transporte aéreo regular. Como amostra, foram selecionadas as funções de comandante, copiloto e comissário de bordo, utilizando-se como referencial teórico a Psicodinâmica do Trabalho. A variável Custo Humano no Trabalho refere-se ao dispêndio físico, cognitivo e emocional no ambiente de trabalho. As vivências de prazer-sofrimento apresentam-se como construto teórico dialético, em razão da coexistência de vivências positivas e negativas em um mesmo contexto organizacional. A metodologia baseou-se numa abordagem quantitativa. Para a coleta de dados, utilizaram-se a Escala de Custo Humano no Trabalho (ECHT) e a Escala de Indicadores de Prazer e Sofrimento no Trabalho (EIPST), ambas constituintes do Inventário de Trabalho e Risco de Adoecimento (ITRA). As respostas dos participantes foram analisadas por meio de estatísticas descritivas e da correlação de Pearson. Os resultados indicaram a existência concomitante de prazer e de sofrimento na amostra estudada. O sofrimento está relacionado ao dispêndio físico, cognitivo e emocional, tanto em comandantes e copilotos, quanto em comissários de bordo, o que revela discrepância entre as atividades prescritas e o trabalho realizado. As vivências de prazer estão relacionadas à realização profissional e às relações socioprofissionais. Em relação às vivências de sofrimento, o estresse, a pressão e o esgotamento emocional apresentaram maior frequência na amostra estudada. Ao final do estudo, foram apresentadas conclusões e recomendações.
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